relacionamento é algo sagrado
Se relacionar com alguém significa se relacionar com Deus também, porque cada ser vivo é uma obra Divina.
Quando entendemos que somos uma criação de Deus, nos relacionamos bem com nós mesmos. Até porque essa é a melhor forma de nos relacionarmos com Deus! Cada pessoa no planeta também é uma criação de Deus.
Portanto, se relacionar é algo muito importante para a nossa edificação. Não podemos nos dar o direito de passarmos por cima dos sentimentos das pessoas. Se fizemos isso em algum momento, surge uma dor interna.
Com uma autoestima baixa, você entende que precisa sobreviver.
Se não vemos certos valores que achamos que deveríamos ter em nós mesmos e que, na verdade, estão distorcidos, concebemos que ninguém vai querer ficar conosco. Então, ao entrarmos em um relacionamos, ficamos no modo de luta e utilizamos todos os recursos para sobreviver. Não paramos para pensar o que estamos fazendo! Simplesmente agimos dessa forma porque vemos que, de alguma forma, funciona para que mantenhamos o relacionamento, mesmo que de maneira desarmônica.
É desesperador tanto para quem usa quanto para quem recebe a manipulação, chantagem emocional, ciúmes, loucura e cobrança. A pessoa diz: “Eu sei que você não me acha bonita, que você acha aquela outra pessoa melhor. Sei que não sou interessante”, enquanto o outro pensa: “O que faço para que ela possa acreditar que gosto dela?”.
Temos um conceito de que se relacionar é poder usar o outro para que desfrutemos uma série de sensações. Não pensamos que é importante ter alguém para poder SERVIR. Isso, inclusive, é construído com o tempo. Quando estamos com alguém é uma soma, mas fora dessa consciência do servir passa a ser um peso, pois você quer que o outro faça por você.
Quando você se relaciona com alguém que você acha mais bonito, mais inteligente, mais bem sucedido, mais amado, mais admirado pelas pessoas, então você acredita que ele não sofre por ter todas essas condições. Portanto, você diz que você é o sofredor da relação, que o outro não vai sofrer porque já tem tudo. Ficamos muito cruel nesse lugar!
Além de fazer criar um ambiente nocivo para a relação, você praticamente pode “forçar” o outro a lhe trair. Nesse caso, a traição também pode ser uma fuga para que a pessoa possa tentar conseguir sair de uma relação. Dessa forma, você acredita piamente que tinha motivos para realmente ter ciúmes. Então, você pode arrastar essa distorção por muitos anos achando que você não estava louca e nem desejando o mal para o outro para que ele nunca mais seja feliz com outra pessoa. É possível passar quase uma encarnação inteira em um lugar destrutivo, amaldiçoando pessoas que estiveram do seu lado e foram importantes na sua vida, contribuindo para o seu crescimento.
Ao agirmos assim, criamos karmas pesados. Ou seja, brincamos com o sentimento dos outros, fazemos o outro sofrer, trair, mentir. Como consequência, podemos até mesmo perder o merecimento de nos relacionar!
E por que isso ocorre? Por baixa autoestima. É algo sério criarmos e/ou herdarmos valores distorcidos sobre nós. Padrões distorcidos de beleza, conduta sexual etc.
Por ignorância, concebemos como verdadeiro por causa do coletivo, mas há em uma consequência. Por você não se enquadrar dentro desses valores que você acredita que são gerais, você tem uma baixa autoestima e comportamentos que podem lhe levar a perder a encarnação.
Para conseguirmos ter uma conduta correta, precisamos revisitar os nossos valores e arrumarmos tudo isso que está bagunçado, senão entraremos no nosso modo de sobrevivência e luta. Voltamos a sentir as sensações perturbadoras. Ter responsabilidade com nossa autocura é fundamental, pois somos benéficos quando nos curamos. Proporcionamos crescimento dentro das relações! Já quando não nos curamos, nos tornamos maléficos, pois em algum momento nós iremos praticar a maldade, sendo impiedosos e egoístas. Todos sabemos o que não deveríamos fazer, mas no desespero temos as ações incoerentes. Os valores precisam ser revisitados!
Causamos um impacto no meio em que vivemos. Impactamos os nossos filhos ao nos relacionamos assim com o nosso marido, por exemplo. Vemos as pessoas ficarem sozinhas e existe um porquê. Tudo é justíssimo!
Importante refletirmos, pois em algum momento você se perguntará: “Por que estou sozinha(o)?”. Daí, você vai lembrar de como você se relacionava e o que você fez. Sempre sabemos o que está acontecendo com a gente!
Quanto mais coisa de errado você faz, mais medo de perder a pessoa você tem. Você pensa que não vai dar certo porque não se sente merecedor! Assim sendo, você pensa que tem que prender mais o outro e fazer mais esforço em seus recursos utilizados.
Ninguém se realiza dessa forma. Pode até dar certo o aprisionamento – o seu e do outro – mas não há satisfação e amor. É importante reconhecer que não você não teve a força suficiente para fazer a coisa certa e que, com essas atitudes de fraqueza, a autoestima fica cada vez pior. Temos que admirar a nossa conduta, de acordo com valores éticos, e não agir na fraqueza.
As pessoas não se sentem capazes porque não dão o tempo necessário. Só querem conquistar e ter o ganho das ações, não conseguindo esperar para ver se de fato é algo bom para elas. Não entendemos muito sobre o que significa criar intimidade.
É como se o outro tivesse que gostar imediatamente de você. O ponto é que leva um tempo para qualquer pessoa se desconectar do seu passado. É o tempo de conhecer o outro e criar novas conexões.
Queremos tudo tão de imediato que, em um primeiro momento, achamos que não deu certo e sentimos que estamos desgostosos para o relacionamento, mas não é uma realidade. Não vai dar certo muitas vezes dentro do processo de estabelecer intimidade, conhecer a pessoa, criar um relacionamento. Vai dar errado quase toda a semana – e se você tiver muitos critérios, dará errado direto. Você acha que o outro tem que sentir algo por você, que tem que agir como você acha certo. O outro nem ao menos conhece os seus critérios e você não quer dizer quais são também, pois você não quer se sentir inferior. É difícil construímos relação desse jeito!
Quanto tempo leva para você confiar em alguém e falar das suas coisas? Na fase de conquista, falamos tudo que não é, mas que gostaríamos de ser. Se você trai, vai dizer que trai? Não, você pensa que dessa vez não vai trair. Então, você fica rígido com relação a isso. Você diz: “já trai, não vou ser falso, mas traição nem pensar!”. A questão é que se você não sustentou até agora, não irá sustentar. Precisamos de tempo para entender o que está acontecendo com o outro.
Deveríamos dizer: “Ok, já entendi que você trai. Como vamos resolver isso antes de você trair?”. Essa deveria ser a nossa conduta, compreendendo o que acontece com o outro e tendo empatia de nos colocarmos no lugar dele. “Eu estou vendo tudo isso, mas não vou me vingar pelo jeito que você é. Vou estender as mãos e ajudar para a construção desse relacionamento”. Porém, não queremos fazer isso, pois já ficamos com o chicote na mão afirmando que é mais um que trai. Relacionamento não é isso, e sim a construção diária!
Você sai uma vez e acha que a pessoa não está afim de você, mas ela saiu com você, respondeu a mensagem. Isso é um padrão de defesa. Dessa forma, cortamos todas as possibilidades que aparecem. Temos que ter paciência para nos relacionarmos!
Irá dar ruim, então você arruma e conserta, organiza. Se for pra ser, algo é construído. Mas não dá para ser a força e na pressão! Falar por falar, muitos falam. A urgência é algo que afasta! Esses recursos são desnecessários, porque, na verdade mesmo, não funcionam.
É necessário criarmos maturidade real para termos uma honestidade verdadeira na relação, dando o tempo necessário de construção. E quem tem que fazer isso é quem tem a consciência!
Autoestima é fundamental! Se não entendermos os valores reais para nos relacionarmos e acharmos que é sobre ser bonito, ser gostoso, usar técnicas mentais, ter tais tipos de relações sexuais, então rolaremos ladeira abaixo.
Quem com ferro fere, com ferro será ferido. Se você não perdoa, não será perdoado.
Lembre-se que só reverberamos com algo de acordo com as ações que temos!
– Noemi Badialli